A vitamina D é essencial para a função do sistema imune e para a saúde óssea, mas muitas pessoas (incluindo os atletas) podem ter deficiência deste nutriente. Embora ela possa ser obtida através da alimentação e da exposição à luz solar, a suplementação pode ser necessária para atender às necessidades nutricionais dos atletas. Veja como os nutricionistas podem usar a vitamina D para ajudar a aumentar o desempenho físico e a performance dos seus pacientes.

A vitamina D é um nutriente essencial que desempenha um papel na saúde imunológica e óssea, e que pode estar relacionada com a prevenção de câncer e melhora dos níveis de oxigênio. Ela pode ser sintetizada na nossa pele a partir da exposição aos raios solares UVB, no entanto, muitos de nós não estamos expostos à luz solar de forma suficiente para produzir a quantidade adequada de vitamina D. Além disso, a vitamina D é encontrada em apenas alguns alimentos, o que significa que muitos de nós (inclusive os atletas) ficamos aquém da recomendação para o consumo diário.

Embora todos devam atender às quantidades diárias recomendadas de vitamina D, é ainda mais importante que os atletas monitorem seus níveis desta vitamina se quiserem melhorar o seu desempenho. Então, como você, como nutricionista, pode ajudar os seus pacientes a monitorarem os seus níveis de vitamina D para melhorarem sua performance? Vamos começar explorando o que é a vitamina D e como os atletas podem se beneficiar de quantidades adequadas deste micronutriente.

O que é a vitamina D?

Também conhecida como "vitamina solar", a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que é produzida endogenamente quando os raios ultravioleta (UV) da luz solar atingem a superfície da pele e acionam a síntese da vitamina D.

Você também pode obter através da alimentação a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3. A primeira está presente em vegetais e na levedura, enquanto a vitamina D3 pode ser obtida a partir de fontes animais (como os peixes com altor teor de gordura). As vitaminas D2 e D3 desempenham o mesmo papel no organismo; entretanto, alguns estudos indicam que a D3 é mais eficaz em elevar os níveis de vitamina D no organismo do que a D2

Dose diária recomendada (RDA) é a seguinte:

  • Entre 1 e 70 anos: 600 UI por dia
  • Adultos acima de 70: 800 UI por dia

Benefícios da vitamina D

A vitamina D é um nutriente essencial que oferece uma variedade de benefícios à saúde, como sua ação anti-inflamatória e antioxidante. Aqui estão alguns outros benefícios à saúde da vitamina D.

  • Saúde óssea. A vitamina D aumenta a absorção de cálcio no intestino e desempenha um papel importante na manutenção da saúde dos ossos, através da regulação do cálcio e do fósforo. Quantidades adequadas de vitamina D também ajudam na prevenção da osteoporose e do raquitismo.
  • Redução do risco de desenvolver câncer. Alguns estudos demonstraram que a suplementação de vitamina D em doses que variaram de 1,100 - 1,500 UI por dia foram associadas a um risco de desenvolver câncer reduzido em cerca de 30%.
  • Redução do risco de desenvolver diabetes. Pesquisas indicaram que a normalização dos níveis séricos de vitamina D levaram a uma redução de 55% no risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Sinais da deficiência de vitamina D

Embora a vitamina D seja um nutriente essencial, estima-se que 1 bilhão de pessoas em todo o mundo tenham deficiência desta vitamina, e que a prevalência de ingestão inadequada (em todas as idades) seja superior a 50% no Brasil.

Aqui estão alguns sintomas associados à deficiência de vitamina D, todos eles são importantes quando se trata do desempenho físico.

  • Fraqueza muscular. Baixos níveis séricos de vitamina D têm sido associados com fraqueza muscular, o que pode afetar negativamente o desempenho de um atleta.
  • Fadiga. Estudos indicaram que baixos níveis sanguíneos de vitamina D podem estar associados à sonolência durante o dia, assim como um aumento geral da fadiga.
  • Mudanças no humor. A deficiência de vitamina D pode estar relacionada a maior prevalência de depressão.
  • Redução da função imune. A vitamina D pode modular a resposta inata e adaptativa do sistema imunológico. E por isso, a deficiência desta vitamina tem sido associada a um aumento no risco de desenvolvimento de infecções.

Vitamina D e performance em atletas

Quantidades suficientes de vitamina D parecem melhorar o desempenho físico. Aqui estão alguns outros benefícios deste micronutriente essencial.

Melhora dos níveis de oxigênio

Algumas pesquisas sugerem que os níveis de vitamina D séricos estão relacionados à aptidão cardiorrespiratória. E que pode existir uma correlação positiva entre o aumento da vitamina D sérica e o aumento do VO2 máximo.

Proteção contra fraturas por estresse

A suplementação de vitamina D parece ajudar na redução das lesões por uso excessivo das estruturas ósseas como as fraturas por estresse, pois aumenta a absorção de cálcio, que por sua vez melhora a densidade mineral óssea e a força muscular.

Além disso, as últimas evidências sugerem que os atletas com deficiência de vitamina D possuem risco aumentado de desenvolverem doenças agudas e terem uma função muscular em níveis subótimos.

Redução do risco de doenças cardiovasculares

Pesquisas mostraram que a deficiência de vitamina D pode levar ao comprometimento da saúde vascular, o que pode contribuir para a hipertensão arterial e para o aumento do risco de doença cardiovascular. A densidade óssea diminuída também tem sido associada ao aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, com estudos referindo resultados animadores com a suplementação de vitamina D.

Aumento da força

Algumas pesquisas referiram que pessoas que tomaram suplementos de vitamina D tiveram aumento de massa magra e da força muscular.

Acompanhamento nutricional de atletas

Com tantos benefícios da vitamina D à saúde, é importante garantir que os atletas obtenham o acompanhamento nutricional necessário para melhorarem seu desempenho. Abaixo encontra algumas maneiras de ajudar os seus pacientes a alcançarem melhores níveis dessa vitamina.

Consumo de alimentos ricos em vitamina D

Alimentos como peixes de águas frias com alto teor de gordura (salmão e atum), óleo de fígado de bacalhau, cogumelos, ovo, leite, manteiga e alimentos fortificados são ricos em vitamina D. Tente incorporá-los no plano alimentar do seu paciente para ajudá-lo a aumentar os níveis dessa vitamina.

Suplementação

Como só é possível obter vitamina D através da exposição à luz solar ou da alimentação, o uso de suplementos alimentares pode ser necessário para atender às necessidades nutricionais de alguns pacientes. A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, portanto você pode fazer com que o seu paciente tome este suplemento com uma fonte de gordura da dieta para aumentar sua absorção. O magnésio e o cálcio também podem ajudar na absorção da vitamina D.

Exposição à luz solar

Recomenda-se que todos os indivíduos atinjam de (10 - 15 minutos de exposição solar diária ou 25-40 minutos para pessoas com a pele mais escura. No entanto, o sol em excesso pode aumentar o risco de câncer de pele, portanto, o protetor solar deve ser usado se os seus pacientes estiverem fora de casa por longos períodos.

Resumo

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que desempenha um papel importante na saúde óssea, no sistema imune e na performance dos atletas.

Mesmo sendo um nutriente essencial, muitas pessoas apresentam deficiência. O que pode levar a uma série de sintomas negativos (tais como diminuição da função imunológica, fraturas por estresse, mudanças de humor e fadiga).

Além disso, a deficiência de vitamina D pode afetar negativamente a eficiência de atletas durante o treinamento. É por isso que é importante garantir que os seus pacientes alcancem as recomendações desse micronutriente através da dieta, da suplementação e da exposição solar.


Estamos sempre trabalhando para trazer o melhor conteúdo sobre nutrição, por isso agradecemos receber sugestões ou comentários que você possa ter! Envie uma mensagem para info@nutrium.com.

Ainda não experimentou o Nutrium? Agora é o momento! Você pode experimentar todas as funcionalidades do Nutrium gratuitamente durante 14 dias, desde consultas, planos alimentares, análises nutricionais, videochamadas, website e blog, apps móveis para o paciente e profissional, e muito mais! Experimente agora gratuitamente!

Referências:

Waitzberg, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica (2017). 5ed. Rio de Janeiro: Atheneu.

Cozzolino, S. Biodisponibilidade de nutrientes (2012). 4ed. Brasil: Manole, 2012. 387-407.

Tripkovic, L., Lambert, H., Hart, K., Smith, C. P., Bucca, G., Penson, S., Chope, G., Hyppönen, E., Berry, J., Vieth, R., & Lanham-New, S. (2012). Comparison of vitamin D2 and vitamin D3 supplementation in raising serum 25-hydroxyvitamin D status: a systematic review and meta-analysis. The American journal of clinical nutrition, 95(6), 1357–1364. https://doi.org/10.3945/ajcn.111.031070

Ross CA, Taylor CL, Yaktime AL, Del Valle HB, eds. Dietary Reference Intakes for calcium and vitamin. Committer to Review Dietary Reference Intakes for Vitamin D and Calcium; Institute of Medicine. Washington, DC: National Academies Press, 2010.

Grant W. B. (2009). A critical review of Vitamin D and Cancer: A report of the IARC Working Group. Dermato-endocrinology, 1(1), 25–33. https://doi.org/10.4161/derm.1.1.7729

Martin, T & Campbell, K. (2011) Vitamin D and Diabetes. Diabetes Spectr; 24 (2): 113–118. https://doi.org/10.2337/diaspect.24.2.113

Nair, R., & Maseeh, A. (2012). Vitamin D: The "sunshine" vitamin. Journal of pharmacology & pharmacotherapeutics, 3(2), 118–126. https://doi.org/10.4103/0976-500X.95506

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: 2020.

Gunton, J. E., & Girgis, C. M. (2018). Vitamin D and muscle. Bone reports, 8, 163–167. https://doi.org/10.1016/j.bonr.2018.04.004

Johnson, K., Sattari, M. Vitamin D deficiency and fatigue: an unusual presentation. SpringerPlus 4, 584 (2015). https://doi.org/10.1186/s40064-015-1376-x

Spedding S. (2014). Vitamin D and depression: a systematic review and meta-analysis comparing studies with and without biological flaws. Nutrients, 6(4), 1501–1518. https://doi.org/10.3390/nu6041501

Martens, P. J., Gysemans, C., Verstuyf, A., & Mathieu, A. C. (2020). Vitamin D's Effect on Immune Function. Nutrients, 12(5), 1248. https://doi.org/10.3390/nu12051248

Moran, Daniel S.; McClung, James P.; Kohen, Tal; Lieberman, Harris R. (2013). Vitamin D and Physical Performance. Sports Medicine, 43(7), 601–611. doi:10.1007/s40279-013-0036-y

Amr Marawan, Nargiza Kurbanova, Rehan Qayyum, Association between serum vitamin D levels and cardiorespiratory fitness in the adult population of the USA, European Journal of Preventive Cardiology, Volume 26, Issue 7, 1 May 2019, Pages 750–755, https://doi.org/10.1177/2047487318807279

de la Puente Yagüe, M., Collado Yurrita, L., Ciudad Cabañas, M. J., & Cuadrado Cenzual, M. A. (2020). Role of Vitamin D in Athletes and Their Performance: Current Concepts and New Trends. Nutrients, 12(2), 579. https://doi.org/10.3390/nu12020579

Emory University. "Vitamin D levels linked with health of blood vessels." ScienceDaily. ScienceDaily, 3 April 2011. http://www.sciencedaily.com/releases/2011/04/110403205232.htm.

Michos, E. D., & Blumenthal, R. S. (2007). Vitamin D supplementation and cardiovascular disease risk. Circulation, 115(7), 827–828. https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.106.686238