TOP
Meeting your clients’ nutritional needs on a vegan diet

As melhores dicas para criar planos alimentares para uma dieta vegan

Se o seu cliente segue uma dieta vegan, é importante que crie um plano alimentar bem equilibrado que satisfaça todas as suas necessidades. Eis como pode apoiar nutricionalmente o seu clientes com nutrientes como ferro, vitamina B12, zinco, iodo, cálcio, e ácidos gordos ómega 3.

As dietas à base de plantas, que incluem uma dieta vegan, tornaram-se recorrentes por uma boa razão! Existem cada vez mais estudos que mostram que as plantas contribuem para uma vida longa e saudável, uma vez que este tipo de dietas são associadas a um risco mais reduzido de doenças cardíacas, certos tipos de cancro e diabetes tipo 2.

Para além disso, questões éticas e ambientais estão a fazer com que as pessoas gravitem mais para este tipo de dietas, tornando-as a sensação dominante da atualidade no que toca a nutrição. Quando bem feito, este estilo de alimentação oferece uma série de benefícios para a saúde, mas, apesar dos seus melhores esforços, este tipo de alimentação podem ficar aquém no que toca a nutrientes importantes.

Como profissional de nutrição, pode ajudar os seus clientes vegan a satisfazerem as suas necessidades nutricionais através de um plano alimentar bem cuidado. Mas quais os nutrientes em que se deve focar, porque são importantes, e qual o papel que desempenham na saúde global do seu cliente?

Antes de conhecermos estes nutrientes, vejamos primeiro em que consiste uma dieta vegan e quais os benefícios de saúde a ela associados.

O que é uma dieta vegan?

Uma dieta vegan é uma abordagem dietética que se baseia, principalmente, em comer alimentos de origem vegetal, como as frutas, vegetais, frutos secos, sementes, cereais integrais, legumes, e feijões. Produtos de origem animal, como a carne, ovos, e laticínios, não estão incluídos neste estilo alimentar.

Benefícios para a saúde de uma dieta vegan

As dietas à base de plantes têm sido denominadas como o crème de la crème no que toca aos benefícios de saúde. Seguem alguns pontos que fazem com que este tipo de dieta continue na liderança:

  • Risco reduzido de doenças cardíacas. Estudos comprovam que as pessoas que seguem uma dieta à base de plantas têm menos de 75% de probabilidade de desenvolver alta pressão arterial, e menos de 43% de probabilidade de morrer de uma doença cardíaca.

  • Ajuda com controlo de peso. Verificou-se que aqueles que seguem uma dieta à base de plantas têm um IMC menor do que aqueles que seguem uma dieta omnívora.

  • Níveis de açúcar no sangue mais baixos. As pessoas vegan têm menos probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e tendem a ter os níveis de açúcar no sangue mais baixos comparativamente a pessoas que não o são.

  • Protege contra certos tipos de cancro. Legumes, frutas, e vegetais têm benefícios de proteção contra o cancro, o que pode explicar o porquê de as pessoas vegan terem menos 15% de probabilidade de desenvolverem ou morrerem de cancro.

Nutrientes a considerar

Ainda que as dietas vegan tragam muitos benefícios, o seu cliente pode ainda ficar aquém de ingerir os nutrientes, como vitamina B12, ferro, ácidos gordos ómega 3, cálcio, iodo, ou zinco.

Prestemos especial atenção a cada um destes nutrientes importantes.

Ferro 

O ferro encontra-se na hemoglobina dos glóbulos vermelhos, e é essencial para transportar oxigénio para todo o corpo. Uma vez que ajuda no funcionamento das células, imunidade, síntese do ADN e desenvolvimento neurológico, uma deficiência no ferro pode levar a fraqueza, anemia, mal-estar gastrointestinal, e deficiência de funções cognitivas.

O ferro heme e o não-heme são duas formas de ferro encontradas dentro dos alimentos; o primeiro encontra-se na carne, enquanto que o segundo encontra-se em plantas e em comidas ricas em ferro. No entanto, o ferro não-heme tem apenas 5-12% de biodisponibilidade, e como elementos presentes em grãos, feijões e cereais diminuem ainda mais esta absorção, aqueles que seguem uma dieta vegan têm um risco maior de desenvolver uma deficiência de ferro.

A dose diária recomendada para o ferro varia conforme o sexo e a idade. Aqui está a dose diária recomendada para adultos de acordo com o Food and Nutrition Board do Instituto de Medicina, Estados Unidos da América:

  • Homens e mulheres não menstruadas: 8 mg
  • Mulheres menstruadas (<18 e 19-50 anos de idade): 15 mg e 18 mg, respetivamente
  • Mulheres grávidas: 27 mg
  • Mulheres lactantes (19-50 anos de idade): 9 mg
  • Homens e mulheres que seguem uma dieta vegan: 1.8 vezes a dose diária recomendada devido à biodisponibilidade disponível, segundo a American Dietetic Association

Pode ajudar o seu cliente a satisfazer as suas necessidades de ferro através de suplementos, ou fontes alimentares como grãos, legumes, legumes de folha verde escura, tofu e cereais enriquecidos.

Vitamina B12

Vitamina B12 tem muitas funções importantes, uma vez que é importante para a síntese do ADN, formação de glóbulos vermelhos e funcionamento do sistema nervoso central. Uma carência pode resultar em sérias complicações, como anemia megaloblástica, perda de peso, perda de memória e desorientação. Uma vez que alimentos vegetais não proporcionam uma quantidade significativa de vitamina B12, recomenda-se que todas as pessoas vegan façam análises regularmente para controlo.

Aqui está a dose diária recomendada para a vitamina B12:

  • Crianças mais velhas e adultos: 2.4 mcg/dia
  • Mulheres grávidas e a amamentar: 2.6 e 2.8 mcg/dia, respetivamente
  • Adultos vegan: até 250 mcg/dia (isto deve-se à fraca absorção de B12 e a um alto risco de deficiência)

Pode ajudar os seus clientes a satisfazer as suas necessidades de vitamina B12 através de suplementos ou fontes alimentares como levedura alimentar, cereais de pequeno-almoço fortificados, tempeh e bebidas vegetais.

Iodo

Iodo é um mineral essencial necessário para a produção de hormonas da tiróide, síntese de proteínas e função metabólica.

Infelizmente, um terço da população mundial tem deficiência de iodo, com sintomas que incluem hipotiroidismo, bócio, aumento de peso inesperado, fatiga, fraqueza, queda de cabelo, e/ou pele seca.

Entre os que correm maior risco estão mulheres grávidas, vegetarianos, pessoas vegan, e aqueles que vivem em países onde há pouco iodo no solo.

Aqui está a dose diária recomendada para o iodo:

  • Adultos: 150 mcg
  • Mulheres grávidas: 220 mcg
  • Mulheres lactantes: 290 mcg

Pode ajudar o seu cliente a satisfazer as suas necessidades de iodo através de suplementos e fontes alimentares como legumes do mar e sal iodado.

Cálcio

Cálcio tem um papel vital na saúde óssea, coagulação do sangue, secreção de hormonal, e função muscular. Quando há falta de consumo alimentar, o corpo retira o cálcio do osso para manter a homeostase do cálcio, o que pode levar a ossos fracos e a osteoporose com o decorrer do tempo.

Aqui está a dose diária recomendada para o cálcio:

  • Homens adultos (19-70 anos de idade) e mulheres adultas (19-50 anos de idade): 1,000 mg
  • Homens e mulheres acima de 70 e 50 anos de idade, respetivamente: 1200 mg

Pode ajudar o seu cliente a satisfazer as suas necessidades de cálcio através de suplementos e fontes alimentares tais como alimentos ricos em cálcio (bebidas vegetais, sumo de laranja, e tofu), legumes de folha verde escura, brócolos, abóbora, feijões e amêndoas.

Zinco

Da função imunológica ao metabolismo e à estrutura do ADN, o zinco é um mineral importante e necessário para a saúde. Como tal, uma deficiência pode levar a queda de cabelo, atraso na cicatrização de feridas e problemas de desenvolvimento. Para além disso, esta ausência afeta negativamente os sistemas reprodutor e nervoso central.

Estudos sugerem que pessoas vegan podem ter níveis de zinco ligeiramente mais baixos devido a uma biodisponibilidade mais baixa graças à presença de inibidores presentes nas fontes vegetais.

Aqui está a dose diária recomendada para o zinco:

  • Adultos: 8–11 mg
  • Mulheres grávidas: 11–12 mg
  • Mulheres lactantes: 12–13 mg 
  • Pessoas vegan: >1.5 vezes a dose diária recomendada

Pode ajudar o seu cliente a satisfazer as suas necessidades de zinco através de suplementos e fontes alimentares como cereais, soja, feijões, frutos secos e sementes.

Ácidos gordos ómega 3

Esta gordura polinsaturada é importante para a produção de hormonas, saúde cerebral, imunidade, coagulação do sangue, e saúde cardiovascular. Existem três tipos comuns de ómega 3 -ALA, EPA, e DHA- com a primeira a ser encontrada na maioria dos alimentos vegetais.

Contudo, estudos comprovam que pessoas vegan têm até 50% menos de concentrações de EPA e DHA comparativamente a pessoas omnívoras, e apesar de que ALA se pode converter em EPA e DHA, a taxa é baixa. Como tal, pessoas vegan têm um risco mais elevado de deficiência de ómega 3, que tem sido associada a depressão, doenças cardíacas, artrite e vários tipos de cancro.

Ainda que neste momento não exista uma recomendação para EPA e DHA, especialistas tendem a concordar que 250 - 300 mg por dia é suficiente

Pode ajudar o seu cliente a satisfazer as suas necessidades de zinco através de suplementos e fontes alimentares como sementes de soja, linhaça, nozes e sementes de cânhamo.

Resumo

Se o seu cliente segue uma dieta vegan, é importante que crie um plano alimentar que cubra todas as necessidades alimentares. Ferro, vitamina B12, zinco, iodo, cálcio, e ácidos gordos ómega 3 são alguns dos nutrientes mais importantes nos quais se deve focar, por isso, ao incluir certos alimentos, pode criar um plano alimentar equilibrado para ajudar os seus clientes vegan a satisfazer todas as necessidades nutricionais.


Estamos sempre a trabalhar para lhe oferecer o melhor conteúdo de nutrição, por isso acolhemos qualquer sugestão ou comentários que possa ter para nos dar! Escreva-nos para o info@nutrium.com.

Ainda não experimentou o Nutrium? Agora é o momento! Pode testar o software durante 14 dias grátis e experimentar todas as suas funcionalidades, desde consultas, a planos alimentares, análise nutricional, videoconferência, website e blog, apps móveis para o profissional e par ao cliente, e muito mais! Experimente agora gratuitamente!

Referências

Le, L. T., & Sabaté, J. (2014). Beyond meatless, the health effects of vegan diets: findings from the Adventist cohorts. Nutrients, 6(6), 2131–2147.

Alexander, S., Ostfeld, R. J., Allen, K., & Williams, K. A. (2017). A plant-based diet and hypertension. Journal of geriatric cardiology : JGC, 14(5), 327–330.

Turner-McGrievy, G., Mandes, T., & Crimarco, A. (2017). A plant-based diet for overweight and obesity prevention and treatment. Journal of geriatric cardiology : JGC, 14(5), 369–374.

McMacken, M., & Shah, S. (2017). A plant-based diet for the prevention and treatment of type 2 diabetes. Journal of geriatric cardiology : JGC, 14(5), 342–354.

Dinu, M., Abbate, R., Gensini, G. F., Casini, A., & Sofi, F. (2017). Vegetarian, vegan diets and multiple health outcomes: A systematic review with meta-analysis of observational studies. Critical reviews in food science and nutrition, 57(17), 3640–3649.

Weikert, C., Trefflich, I., Menzel, J., Obeid, R., Longree, A., Dierkes, J., Meyer, K., Herter-Aeberli, I., Mai, K., Stangl, G. I., Müller, S. M., Schwerdtle, T., Lampen, A., & Abraham, K. (2020). Vitamin and Mineral Status in a Vegan Diet. Deutsches Arzteblatt international, 117(35-36), 575–582.

Nebl, J., Schuchardt, J. P., Wasserfurth, P., Haufe, S., Eigendorf, J., Tegtbur, U., & Hahn, A. (2019). Characterization, dietary habits and nutritional intake of omnivorous, lacto-ovo vegetarian and vegan runners - a pilot study. BMC nutrition, 5, 51.

Bakaloudi, D. R., Halloran, A., Rippin, H. L., Oikonomidou, A. C., Dardavesis, T. I., Williams, J., Wickramasinghe, K., Breda, J., & Chourdakis, M. (2021). Intake and adequacy of the vegan diet. A systematic review of the evidence. Clinical nutrition (Edinburgh, Scotland), 40(5), 3503–3521.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - iron. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 28, 2022.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - vitamin B12. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 28, 2022.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - iodine. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 28, 2022.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - calcium. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 28, 2022.

Roohani, N., Hurrell, R., Kelishadi, R., & Schulin, R. (2013). Zinc and its importance for human health: An integrative review. Journal of research in medical sciences : the official journal of Isfahan University of Medical Sciences, 18(2), 144–157.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - zinc. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 31, 2022.

National Academy Press. (2001). Dri: Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc.

U.S. Department of Health and Human Services. (n.d.). Office of dietary supplements - omega-3 fatty acids. NIH Office of Dietary Supplements. Retrieved January 31, 2022.

Saunders, A. V., Davis, B. C., & Garg, M. L. (2013). Omega-3 polyunsaturated fatty acids and vegetarian diets. The Medical journal of Australia, 199(S4), S22–S26.

Discover more from Nutrium Blog

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading