Blog deRaquel Rodrigues Campos Machado

Nutricionista · 38556

Oi, meu nome é Raquel e quero te ajudar a ter uma relação mais gentil com a comida.

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A saga do alimento proibido.

quinta-feira, 06 de junho de 2024

Não existem alimentos proibidos e vocês já devem ter ouvido muito isso por aí. Mas diariamente, no consultório ou no ambulatório do hospital, recebo muitos pacientes com a afirmação "nutri, eu não posso comer X alimento, o outro profissional da saúde me proibiu de comer". E, sem exageros, 99% deles não têm nenhuma indicação real de restringir aquele alimento.

Os queridinhos (ou odiadinhos?) das restrições têm sido o macarrão, o pão e o arroz . Os dois últimos, base da alimentação de grande parte da população brasileira. Os pacientes chegam com medo, confusos, fazem restrições desnecessárias e substituições que nem sempre podem ser consideradas "mais saudáveis".

O mais proibido e, talvez, o que mais sofre com trocas malucas é o pãozinho, pão francês, pão de sal , ou seja lá como o pão mais clássico da padaria é chamado aí na sua cidade. A receita mais simples leva farinha de trigo, água, sal, açúcar e fermento. Mas aparentemente ele se tornou um veneno e tem sido trocado por opções mais "saudáveis" ou "de dieta".

A famosa bolacha de água e sal é uma delas, que além de sem graça, tem um lista de ingredientes muito maior que só "água e sal". Em uma busca rápida no Google, a com menos ingredientes tinham 7 e a com mais, tinham 11, dos quais 4 eu não fazia ideia do que eram. Outro favorito dos odiadores de pãozinho é o pão de forma integral que, em uma das marcas que encontrei, a lista de ingredientes chegou a 16, sendo 7 dificílimos de entender. Tudo isso para atingir o incrível título de "saudável", com suas 3 gramas de fibras na porção, quase a mesma quantidade que uma laranja com suas 2,8 gramas de fibras, ou menos que 3 colheres de sopa de feijão cozido, que possuem 3,6 gramas de fibras.

Muitas dessas proibições aparecem com uma boa intenção, mas não passam das famosas fake news da Nutrição. Criadas para causar terror nas pessoas, confundir e até vender um produto milagroso. Produto esse, que em algumas vezes, tem um gosto duvidoso e pouquíssima vantagem nutricional em relação aos clássicos.

Dia desses atendi um paciente todo orgulhoso porque "estava comendo todo dia pão de forma integral, que era muito ruim, mas estava seguindo certinho a orientação de outro profissional". A minha primeira reação foi "por que o senhor está comendo algo que acha muito ruim?" Durante o atendimento discutimos os porquês daquela indicação e qual foi a alegria dele? Sair com "liberação" para comer o pãozinho que tanto lhe dava prazer e acrescentar uma fruta para suprir essa necessidade de fibras pela manhã.

Uma troca simples, que proporcionou satisfação e atingiu a meta estabelecida para melhora da saúde intestinal. Sem restrições, sem proibições, só Nutrição em sua forma mais científica e gentil! 

Atinja os seus objetivos com o melhor acompanhamento!
Raquel Rodrigues Campos Machado
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