Blog deLuiz Cezar Ribeiro da Silva

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Você sofre de constipação intestinal? Saiba como a alimentação e o estilo de vida podem resolver o seu problema

segunda-feira, 21 de julho de 2025

A constipação intestinal — também conhecida como prisão de ventre ou intestino preso — é um sintoma do organismo que sinaliza que algo não está bem e precisa de atenção. As causas podem estar relacionadas a uma alimentação inadequada, baixa ingestão de água, sedentarismo, distúrbios do sistema digestório, efeitos colaterais de medicamentos, estresse, ansiedade ou depressão.

Nos casos crônicos, o tratamento começa com mudanças no estilo de vida. É necessária uma avaliação criteriosa, realizada por um profissional qualificado, para identificar os possíveis fatores causais. Pessoas sedentárias devem iniciar algum tipo de atividade física; aquelas com dieta pobre em fibras ou rica em gorduras, proteínas de origem animal e alimentos ultraprocessados precisam readequar a alimentação; já indivíduos que utilizam medicamentos que provocam constipação devem elaborar uma estratégia nutricional para reduzir os efeitos colaterais desses tratamentos.

Atividades ao ar livre e em contato com a natureza são excelentes alternativas para aumentar a vitalidade e reduzir os níveis de estresse, ansiedade e depressão. Além disso, massagens e atendimentos terapêuticos complementares podem ser aliados importantes. A combinação dessas práticas, somada a um acompanhamento individualizado, pode ser a solução definitiva para o problema.

Atualmente, a medicina utiliza, de modo geral, o padrão estabelecido pela Rome Foundation (Fundação Roma), uma entidade sem fins lucrativos que oferece suporte científico sobre os Distúrbios das Interações Intestino-Cérebro (DII).

Segundo os critérios atuais de Roma IV, para o diagnóstico de constipação funcional, o paciente deve apresentar pelo menos dois dos seis critérios abaixo, com início dos sintomas há pelo menos três meses:

1. Frequência inferior a três evacuações por semana;
2. Esforço evacuatório em pelo menos 25% das evacuações;
3. Fezes duras e/ou em formato de caroço em pelo menos 25% das evacuações (Escala de Consistência de Fezes de Bristol 1–2);
4. Sensação de evacuação incompleta em pelo menos 25% das evacuações;
5. Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal durante pelo menos 25% das evacuações;
6. Necessidade de manobras manuais para facilitar pelo menos 25% das evacuações (como uso de auxílio digital ou suporte do assoalho pélvico).

Embora o padrão médico utilize como parâmetro a frequência inferior a três evacuações semanais, sabemos que deixar de evacuar diariamente — especialmente quando se realizam as três refeições básicas recomendadas pelo Ministério da Saúde — pode ser incômodo e certamente não é saudável.

O acúmulo de fezes no intestino pode causar dor abdominal, inchaço e desconforto. A sensação de peso na região abdominal prejudica as atividades diárias, gerando cansaço e indisposição. Questões como mudança de humor, irritabilidade, insônia, alterações no apetite, entre outras, também são comumente relatadas por pessoas constipadas.

Em casos mais graves, a constipação pode levar a complicações como hemorroidas e fissuras anais. O esforço repetido para evacuar fezes ressecadas e endurecidas pode inflamar o reto e o ânus, provocando pequenas fissuras e até sangramento.

Quando o indivíduo passa muitos dias sem evacuar, aumentam as chances de formação de fecalomas — massas endurecidas de fezes que obstruem o intestino. Essa situação ocorre, principalmente, devido à ingestão insuficiente de água e fibras, podendo evoluir, em casos extremos, para obstrução intestinal, uma condição grave que impede a passagem de fezes e gases.

Outras possíveis consequências da constipação crônica são a doença diverticular e o câncer colorretal. A primeira ocorre devido à pressão constante no interior do intestino, levando à formação de divertículos (pequenas bolsas na parede intestinal), que podem inflamar ou se romper, resultando em diverticulite. Já o risco aumentado para câncer colorretal, embora mais comum em pessoas com histórico familiar ou fatores de risco associados, também pode estar relacionado à constipação crônica.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os principais sinais de alerta para o câncer colorretal são:

• Alteração no hábito intestinal;
• Dor ou desconforto abdominal;
• Mudanças na forma das fezes;
• Presença de sangue nas fezes.

Se você está enfrentando alguns desses sintomas, ou não consegue evacuar pelo menos uma vez ao dia, procure um nutricionista ou outro profissional de saúde com experiência no assunto. Quanto mais cedo buscar ajuda, mais simples e rápido será o tratamento. Evite adiar: quem ganha com isso é você.


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Referências:

1. https://cbcd.org.br/biblioteca-para-o-pu/obstipacao-intestinal-tem-risco-para-a-saude
2. https://antigo.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/folder_intestino_2023.pdf
3. https://sbco.org.br/o-que-causa-e-tipos-de-tratamentos-para-o-cancer-colorretal/
4. https://theromefoundation.org/
5. https://doi.org/10.1590/S0004-28032012000500011
6. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_saudavel.pdf
7. https://www.scielo.br/j/ag/a/7bw8dYbDQ5jNkBZwjx4x6CP/

Atinja os seus objetivos com o melhor acompanhamento!
Luiz Cezar Ribeiro da Silva
Luiz Cezar Ribeiro da Silva
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