A obesidade, que afeta 43% da população adulta global, está ligada ao aumento do risco de câncer em várias partes do corpo humano. No entanto, um estudo publicado em 2025 revelou que uma maior adesão à dieta mediterrânea (DM) se associou a uma redução de 6% no risco de câncer relacionado à obesidade ao longo de 15 anos.

A DM pode ajudar a prevenir cânceres colorretal, hepático e renal, especialmente em fumantes e ex-fumantes. Em um estudo com quase meio milhão de adultos europeus, observou-se que a alta adesão à DM está associada a uma redução de até 48% em certos tipos de câncer. Até mesmo uma adesão moderada à DM reduziu significativamente os riscos de cânceres como o esofágico.

Além disso, a adesão à DM está associada à redução da adiposidade central e a um menor IMC. Em pessoas que consumiram álcool moderadamente e tiveram menor ingestão de carne, houve uma tendência de redução do risco de cânceres relacionados à obesidade.

Os benefícios observados podem ser resultado de interações sinérgicas dos componentes da DM e melhorias em marcadores metabólicos, como a glicemia em jejum e a proteína C-reativa. O maior consumo de fibras também pode contrabalançar os compostos carcinogênicos das carnes processadas e alimentos prejudiciais.

Aqueles com maior adesão à DM tendem a ser mais jovens, ter maior nível educacional, menos propensos a terem fumado, mais fisicamente ativos e com maior ingestão de energia. Não houve associações relatadas para cânceres relacionados a hormônios em mulheres, incluindo câncer de mama pós-menopausa, câncer endometrial e câncer de ovário. No entanto, a baixa prevalência de sobrepeso na coorte poderia ter afetado alguns resultados.

Referência: Aguilera-Buenosvinos I, et al "Adherence to the Mediterranean diet and obesity-linked cancer risk in EPIC" JAMA Netw Open 2025 DOI:0.1001/jamanetworkopen.2024.61031.